quinta-feira, 22 de setembro de 2011

IMPERMANÊNCIA - DEFINIÇÃO...

I. Impermanência

Esta marca refere-se ao fato de que todas os fenômenos condicionados, todas as coisas compostas, passam por uma constante transformação, momento a momento. Do mesmo modo, a felicidade, a saúde, a vida, as propriedades... tudo é impermanente, instável e envelhece a cada instante. Apesar de as coisas do universo estarem sempre mudando, geralmente as chamamos pelos mesmos nomes e rótulos, criando assim uma imagem conceitual da realidade, uma ilusão de permanência. Entretanto, tudo o que surge através de causas e condições é transitório justamente porque é produzido de forma dependente, dinâmica; essas mesmas causas e condições também são responsáveis pelo desaparecimento dos fenômenos. A contemplação da impermanência e da morte não é algo mórbido; ela ajuda os praticantes a compreendera a preciosidade da vida,  a verdadeira natureza do ser e dos fenômenos, a evitar o apego e a gerar um sentimento de gratidão pelas posas que possuímos.
A impermanência é a virtude da realidade. Exatamente como as quatro estações, sempre em contínuo fluxo — o inverno transformando-se em primavera e o verão em outono. Assim como o dia torna-se noite, a luz torna-se escuridão e luz mais uma vez — da mesma forma, tudo se transforma constantemente. A impermanência é a essência de tudo. Bebês transformam-se em crianças, adolescentes, adultos, velhos e, em algum ponto do caminho, morrem. Impermanência é encontrar-se e separar-se. É apaixonar-se e desapaixonar-se. A impermanência é doce e amarga, como comprar uma camisa nova e, anos mais tarde, vê-la transformada em um pedaço de uma colcha de retalhos. [...] A impermanência é o princípio da harmonia. Quando não lutamos contra ela, estamos em harmonia com a realidade. Muitas culturas celebram esse vínculo. Existem cerimônias marcando todas as transformações da vida, do nascimento à morte, assim como encontrar-se e separar-se, ir à guerra, perder a guerra, vencer a guerra. Nós também podemos reconhecer, respeitar e celebrar a impermanência.
(Pema Chödrön, Quando Tudo Se Desfaz

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